Ilha de Lesbos

Hestevo
1 min readMay 27, 2019

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Holenca,1985.

Baseada na incerteza, ponho sobre a mesa aquele vinho e aquela cerveja que eu nunca mais bebi.
Derreto em danças quentes e você, tão envolvente, derrete também a minha alma que pensa em fugir por aí.
Menina de sorriso notável, olhos escuros e beijo trágico.
Fica sob as luzes comigo e te dou a responsabilidade de fazer esse mundo sumir.
Me leva praquele vale colorido e tudo que me confunde passará a não confundir.
Os olhos dela me chamando embriagados… sim, meus caros. Está na hora de assumir.
Pois não sou esse poço de dúvida.
Na verdade tenho muita certeza de qual caminho seguir.
É que sobre aquela mesa, aquele vinho e aquela cerveja rimaram com aquela destreza. Feminina, por sinal.
Eu gritei aos deuses, que nunca me julgaram. O que será dessa Ilha de Lesbos na qual desembarquei?
Não há mais mesa, muito menos o vinho e cerveja. Há apenas a certeza do que sou e do que sei.

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Hestevo

Notas poéticas (ou não) de uma pessoa despersonalizante.